domingo, 2 de agosto de 2009

Lisboa, roteiro pessoal para terminar um dia de trabalho...

Ao quarto dia de trabalho insano neste meu desterro à beira Tejo, pude finalmente dar-me ao prazer de vaguear por Lisboa.
Sem rumo, com a minha fiel Fuji como companhia.
E para garantir o sucesso da aventura que se inicia, cumpro invariavelmente um ritual pessoal, nas Portas de Santo Antão:
Ginginha com elas no Eduardino, seguida de uma visita à Ginginha do Rossio. Mera formalidade, que serve apenas para constatar que o licor do Eduardino continua melhor. Por isso, há que voltar ao primeiro balcão para fechar em beleza a degustação.
Bebido o último trago, cuspido o último caroço, é hora de escutar as Tágides e rumar ao Mar da Palha.
Atravessando a bela e elegante baixa Pombalina, ignorando os vendedores de haxixe e entrando no Terreiro do Paço pelo esmagador arco da Rua Augusta.
Chegado ao mágico Cais das Colunas, não há como resistir ao apelo do Tejo, feito mar prateado neste fim de tarde.
E, seduzido pelo embalo das águas, sento-me largos minutos nesse chão que o rio beija.
Mas, ainda que contra a sua vontade, o Sol tem que deixar a cidade branca.
Caminho em direcção à Sé, antes que o dia se vá.
Apressadamente passo pelo Campo das Cebolas, resistindo ao chamamento de um prato de caracóis e uma imperial, antes de subir a essa majestosa fortaleza de Santo António.
Agora que o astro-rei passou já além do Bugio, é tempo de regressar.
Para uma açorda alentejana nesse improvável recanto que é a Casa do Alentejo.
E, enquanto acabo a doce charcada, penso se o Eduardino ainda estará aberto, para uma última ginginha antes de regressar ao hotel…

Pedro
Lisboa, 16 de Julho de 2009




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